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2012 - Livro Vermelho 2013

Aeschynomene fructipendula Abruzzi de Oliveira EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 15-03-2012

Criterio: B1ab(iii)+2ab(iii)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie apresenta distribuição restrita (EOO=291,78 km²; AOO =4 km²) e a frequência nas regiões em que ocorre é considerada baixa. Está sujeita a menos de cinco situações de ameaça, sendo a principal delas a perda do hábitat em consequência de práticas agrícolas e formação de pastagem, que reduzem a qualidade do hábitat da espécie.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Aeschynomene fructipendula Abruzzi de Oliveira;

Família: Fabaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Dados populacionais

Possui uma subpopulação com indivíduos coletados em 1959 no litoral do Estado de Santa Catarina e duas subpopulações conhecidas no litoral norte do Rio Grande do Sul, junto a lavouras de arrozal. A frequência da espécie no campo é baixa, sendo considerada Rara/ Escassa. O número de indivíduos maduros é estimado ser menor que 1000 (Biodiversitas, 2005).

Distribuição

A espécie ocorre principalmente em regiões campestres do Sul do Brasil, associadas ao bioma Mata Atlântica e no bioma Pampa (Brasil). Não há registros deste táxon nos Pampas argentinos e uruguaios até o presente momento (Boldrini, 2009; Lima; Oliveira, 2011).

Ecologia

Arbusto 2-3 m, em banhado à beira da BR 101; flores amarelas; frutos maduros castanhos (Sobral, 9521)

Ameaças

1.1.4 Livestock
Severidade very high
Detalhes O bioma Pampa, assim como as formações campestres associadas ao bioma Mata Atlântica no Sul do Brasil, vem sofrendo constantemente com os impactos ambientais oriundos de atividades antrópicas. Muitos autores têm discutido a relação de dependência das formações vegetacionais campestres do Sul do Brasil com o pastejo por grandes herbívoros. De fato, esse pastejo ocorreu de forma natural até o inicio do Holoceno, por grandes herbívoros que hoje estão extintos (Pillar et al., 2009; Behling; Pillar, 2007; Bencke, 2009). Com a recente introdução da atividade pecuária na região, vem sendo sugerido que esta não configura impacto a biota dessas formações. Entretanto, Nabinger (2006 apud Bencke, 2009) servindo o modelo de Milchunas et al. (1988), enquadrou os Campos Sulinos entre os ecossistemas campestres mais vulneráveis ao pastejo, pelo curto histórico de coevolução com grandes herbívoros e pelos evidentes sinais de degradação por sobrepastejo no bioma. Em termos de abrangência espacial, magnitude e irreversibilidade dos impactos, a conversão das pastagens nativas em outros usos é, de longe, o mais importante fator que contribui para o declínio da biota dos Campos Sulinos. Direta ou indiretamente, a substituição dos campos repercute também sobre outros ambientes de alto valor biológico associados às paisagens campestres, como as áreas úmidas existentes ao longo das drenagens, banhados e afins (Bencke, 2009).

10.1 Recreation/tourism
Incidência local
Severidade high
Detalhes A região litorânea entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul é povoada pelos veranistas que promovem a ocupação, não apenas da orla marítima, mas também das lagoas, banhados e outras áreas úmidas. A pressão urbana dos balneários litorâneos causa aterramento nos ambientes para fins de ampliação das áreas urbanas, para depósito de lixo, despeja os esgotos nas lagoas, retira água das lagoas para consumo e ainda pressiona com a pesca (esportiva e comercial) (Burger, 2000).

6.3.1 Agriculture
Incidência local
Severidade high
Detalhes Outra grande ameaça é a agricultura, que nos banhados é a orizicultura que utiliza a água para irrigação, através da drenagem de áreas alagadiças para transformá-las em cultivos e contamina o ambiente com agrotóxicos, adubos e combustível (Burger, 2000).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Ameaçada segundo a Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1. Considerada "Vulnerável" e aparentemente não ocorre em nenhuma unidade de conservação (SNUC) (Biodiversitas, 2005).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Em perigo" segundo a Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- BOLDRINI, I.I.PILLAR, V. D. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. S.; JACQUES, A. V. A. A Flora dos Campos do Rio Grande do Sul. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2009. 63 p.

- BURGER, M. I. Situação e ações prioritárias para a conservação de banhados e áreas úmidas da zona costeira, Brasil Round7. Guia para Licenciamento Ambiental das Atividades de Exploração de Petróleo ? Sísmica e Perfuração. Atividades de Sismica Marítima na Costa Brasileira, 2000.

- LIMA, L.C.P.; OLIVEIRA, M.L.A.A. Aeschynomene in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB022777>.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- PILLAR, V. D. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. S.; JACQUES, A. V. A. Campos Sulinos - conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2009. 443 p.

- BEHLING, H.; PILLAR, V.D. Late Quaternary vegetation, biodiversity and ?re dynamics on the southern Brazilian highland and their implication for conservation and management of modern Araucaria forest and grassland ecosystems, Philosophical Transactions of the Royal Society of London, v.362, p.243-251, 2007.

- BENCKE, G.A.PILLAR, V. D. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHOS, Z. M. S.; JACQUES, A. V. A. Diversidade e conservação da fauna dos campos do Sul do Brasil. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2009. 101 p.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Aeschynomene fructipendula in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Aeschynomene fructipendula>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 15/03/2012 - 19:41:27